Antes de criar qualquer conteúdo, você precisa ter um objetivo e fazer uma pesquisa de mercado sobre seus concorrentes
O Marketing de Conteúdo evoluiu muito nos últimos anos. Começamos a falar sobre experiências de conteúdo, transformação digital, Mobile Marketing e por aí vai. Em 2022, podemos esperar que algumas tendências no Marketing de Conteúdo continuem e outras comecem a surgir. Mas como você pode começar a traçar suas estratégias este ano? Esse foi o […]
O Marketing de Conteúdo evoluiu muito nos últimos anos. Começamos a falar sobre experiências de conteúdo, transformação digital, Mobile Marketing e por aí vai. Em 2022, podemos esperar que algumas tendências no Marketing de Conteúdo continuem e outras comecem a surgir. Mas como você pode começar a traçar suas estratégias este ano?
Esse foi o tema abordado por Fernando Angulo, Gerente Sênior de Pesquisa de Mercado da Semrush, em sua entrevista para a última Jam Session, série de webinars da Rock Content com os melhores profissionais de marketing do mundo. Ele falou sobre estratégias e processos que toda marca precisa estabelecer se quiser obter resultados reais de Marketing de Conteúdo este ano.
Uma das fases mais importantes é a pesquisa de mercado, segundo Angulo. Antes de produzir qualquer conteúdo para seu público, você precisa entender o cenário do qual sua empresa faz parte e com quem você está competindo.
“Você precisa fazer a pesquisa de mercado seguindo empresas semelhantes em tamanho e números à sua. Portanto, se você é um restaurante, precisa ir a outros restaurantes semelhantes aos produtos que você vende. Se você é uma agência, você precisa se comparar com um negócio semelhante. Então escolha três ou quatro negócios semelhantes e compare seus números com os números deles e faça a análise de mercado com as fontes de tráfego”, aconselha Angulo.
E então, você precisa buscar a diferenciação. Para a Angulo, embora o SEO seja um processo de criação de conteúdo baseado em dados, é preciso ser criativo para chamar a atenção das pessoas. “Você precisa ser mais humano. Faça coisas que você gostaria de fazer com outras pessoas com o conteúdo que você está criando.”
Angulo também falou sobre novos regulamentos de privacidade e como eles impactam o trabalho dos profissionais de marketing e as estratégias de marca, processos digitais de relações públicas, tendências para 2022 e muito mais.
Confira a entrevista completa e legendada (ou leia a transcrição logo abaixo):
Transcrição:
[Vitor Peçanha – Rock Content] E estamos ao vivo. Bem na hora. OK, pessoal. Olá, todo mundo. É um grande prazer ter todos vocês aqui.
Bom dia, boa tarde, boa noite, isso depende de onde você está no mundo. Meu nome é Vitor Peçanha, cofundador e CMO da Rock Content. É um prazer ser o anfitrião aqui hoje.
Nossas Jam Sessions são um mix de entrevistas, como a de hoje, que vão virar podcasts. Temos outros webinars, sempre hospedados por nós. Apresentamos os principais especialistas e inovadores em Marketing e SaaS.
Temos um tema comum em todo esse conteúduo. Nosso objetivo é fornecer conselhos, compartilhar tendências e práticas recomendadas sobre como dominar experiências de conteúdo de alta qualidade.
Hoje, temos, como convidado, Fernando Angulo.
Bem-vindo, Fernando. Obrigado por estar aqui. Ele é gerente sênior de pesquisa de mercado da Semrush. Anteriormente S-E-M Rush. Aprendi agora que o nome mudou. É um palestrante global também. Tenho certeza de que há muitas coisas interessantes para aprendermos.
Bem-vindo, Fernando. Por que você não se apresenta um pouco?
[Fernando Angulo – Semrush] Claro. Obrigado. Muito obrigado, Vitor. É tão bom estar aqui. É tão bom ver você de novo. É tão bom ter todos vocês aqui hoje neste encontro.
Eu sou Fernando Angulo. Na minha história na Semrush; sou o rosto mais conhecido lá porque fazia, antes da pandemia, cerca de três a quatro apresentações por semana em diferentes países.
Basicamente, estávamos trabalhando, ainda estamos trabalhando com Marketing de Conteúdo, Marketing de rede social, claro, SEO e publicidade paga. O cerne de tudo, claro, é o conteúdo, é por isso que estamos aqui, certo? Com todas as ferramentas que geramos e que criamos, temos toneladas de dados.
Na verdade, para hoje, tenho um estudo que lançamos há cerca de dois meses. Na verdade, no mês passado, porque ainda estamos em março. É chamado de “A situação do marketing de conteúdo em 2022”. Então, eu tenho muitas informações para falar hoje.
[Vitor Peçanha – Rock Content] Ótimo. OK, então isso não é apenas uma conversa, mas é baseado em dados e relatórios reais. Certo, vamos começar falando sobre Marketing de Conteúdo, tudo bem? Porque esse é o tema da nossa conversa.
Bem, os primeiros passos em Marketing de Conteúdo. Eu sei que é 2022, então o Marketing de Conteúdo já existe há algum tempo. Mas acredito que muita coisa mudou desde que Joe Pulizzi falou pela primeira vez sobre Marketing de Conteúdo há 20 anos. Acredito que, principalmente nos últimos dois anos por causa da pandemia, em dois anos muita coisa mudou.
Então falando do nosso cenário atual, como está o Marketing de Conteúdo hoje. O que você diria que precisaria ser o primeiro passo para alguém que está começando no Marketing de Conteúdo? O que você recomendaria?
[Fernando Angulo – Semrush] Para começar, a primeira dica que eu daria, o primeiro conselho é ter um objetivo. Você quer ser bem informado. Você quer ser visível online por causa de quê? Qual é seu propósito? Qual é o principal motivo para você fazer isso? Sem um propósito, sem um objetivo, você não pode construir um plano. Você não pode construir uma estratégia.
Você estará criando conteúdo apenas por criar conteúdo. A internet está cheia disso, então você precisa ser original. Você precisa ser especial, falar com as pessoas que querem ouvir sua mensagem. É por isso que você precisa ter um objetivo. Qual é o propósito do seu objetivo?
Você pode escolher quantos objetivos quiser, ou temas relacionados. Você quer transmitir sua experiência. Você quer compartilhar seu conhecimento. Você quer gerar mais leads. Você quer criar algo único para, não sei, as próximas gerações. Qual é o objetivo do seu conteúdo?
Primeiro, comece com o objetivo. Por que estou mencionando isso? Porque a maioria das empresas foi forçada a se tornar um negócio online nos últimos dois anos. Elas estavam offline o tempo todo quando essa transformação digital começou, como você mencionou há 20 anos ou mais, elas não estavam interessadas nisso, em serem visíveis online.
Mas agora, é algo que você nem é forçado a fazer. Você deve estar online. Você precisa ter sua presença online. É o requisito para qualquer negócio agora. Por isso, se você começar com um objetivo, poderá seguir as próximas etapas. Você pode criar seu próprio plano. Então, a primeira coisa, fácil, comece com o objetivo.
[Vitor Peçanha – Rock Content] Certo, então esse é o passo número um. É o mesmo que eu gosto de dizer, sabe? Não comece com o conteúdo, pessoal.
[Fernando Angulo – Semrush] Isso.
[Vitor Peçanha – Rock Content] Acho que esse é o maior erro do Marketing de Conteúdo. OK, pessoal, comecem com o objetivo, e depois disso, o objetivo vai ajudar a escolher os canais e os formatos, mas lembre-se de ser original e especial.
Falando nisso, já que você começou com o tema ‘objetivo’, e acho que isso é um ótimo conselho, uma coisa que ficou cada vez mais clara em 2022, e nos últimos dois ou três anos, é que empresas e marcas estão se tornando editoras. Elas não apenas lançam sua própria presença online como nós, ou, tipo, como o Hubspot, como o Semrush. Mas elas também estão adquirindo veículos de publicação, certo?
Então, Hubspot comprou o The Hustle, Binance comprou uma participação na Forbes. Isso foi muito sofisticado, muito chique. A Semrush adquiriu a Backlinko. Acho que foi muito inteligente, a propósito. Para marcas que não têm, digamos, esse tipo de dinheiro ou esse tipo de maturidade, como elas podem competir? Como as marcas que estão começando agora ou que não têm uma presença online tão grande podem competir em tal cenário? Quais seriam suas sugestões para isso?
[Fernando Angulo – Semrush] Sim, essa é uma ótima pergunta e essa é a pergunta seguinte… qual é a próxima coisa a se fazer? Eu tenho meu objetivo. Eu tenho algo único para compartilhar. Eu tenho algo especial. Talvez não seja tão único, mas posso melhorar nisso. Eu posso ser melhor com as coisas que estou fazendo agora.
Por exemplo, lembro-me de 10 anos atrás, quando comecei a trabalhar no Semrush, éramos uma pequena empresa. Éramos basicamente uma startup com no máximo 30 pessoas na equipe. Agora, é claro, existem mais de mil e quinhentos pessoas trabalhando em todo o mundo. Mas, no início, queríamos apenas compartilhar dados para fornecer benefícios. Na verdade, para economizar tempo e dinheiro para todos os profissionais de marketing digital. Esse era nosso principal objetivo: ter dados realmente bons, dados precisos e compartilhar isso com o público.
Para isso, precisávamos ter um plano. Na verdade, esse é o segundo passo. Quando você tiver seu objetivo, começará com seu plano, e o primeiro passo para o plano que eu recomendaria é fazer uma pesquisa de mercado. Você não precisa sair e começar a competir com os líderes do mercado. Você precisa segui-los porque todo o mercado, toda a indústria, é basicamente definido por eles, os líderes do mercado.
Você precisa fazer a pesquisa de mercado começando com as empresas que são semelhantes em tamanho e números à sua. Então se você é, sei lá, um restaurante, você precisa ir a outros restaurantes que tenham produtos parecidos com o que você está vendendo. Se você é, eu não sei, você é uma agência, você precisa se comparar com um negócio semelhante. Portanto, escolha três ou quatro negócios semelhantes e compare seus números com os números deles e faça a análise de mercado com as fontes de tráfego.
Quão bem eles estão trabalhando online? Quão bem eles estão trabalhando com seu posicionamento orgânico? Quão bem está o posicionamento deles no Google? Quanto dinheiro eles estão gastando em redes sociais, em anúncios? Eles têm anúncios? Eles estão criando conteúdo para rede social? Eles têm presença? As pessoas gostam de seus produtos? Onde eles estão mais presentes? Todas as atividades de pesquisa de mercado precisam ser assim.
Por que isso? Existem muitas empresas que estão apenas pulando essa primeira etapa do planejamento. E isso é um erro porque você vai ao mercado onde as regras não são só para os maiores, para os mais fortes, mas o vencedor do mercado costuma ser o mais rápido. Se você quer competir com eles, você precisa saber o que eles estão fazendo, e com o conhecimento online que temos hoje em dia, você pode basicamente saber o quanto eles estão investindo. Você pode saber onde eles estão obtendo seus usuários e seus leads.
Como é o processo de aquisição de leads? Como está o funil em que eles estão trabalhando? Qual é o conteúdo que eles estão fornecendo para o topo do funil e para o meio do funil? E para o último passo, basicamente, uma vez que você tenha todos os resultados da pesquisa de mercado, você pode ir para o primeiro passo, que é, bem, eu quero ter minha visibilidade online. Eu preciso ter minhas próprias palavras-chave. As palavras-chave que compõem o DNA da minha marca que vão me direcionar a maioria dos usuários dos produtos ou serviços que quero vender. Basicamente, o primeiro passo é o objetivo. Em segundo lugar, planeje fazer uma pesquisa de mercado.
[Vitor Peçanha – Rock Content] Entendi. Impressionante. Faça uma pesquisa dos concorrentes bem completa.
[Fernando Angulo – Semrush] Sabe, até em alguns casos, eu lembro que quando começamos o Semrush, também checamos o LinkedIn para entender quantos colaboradores nossos concorrentes tinham. Quantos deles tinham cargos semelhantes aos nossos? Também verificamos quantos deles tinham diploma universitário ou quantos estavam apenas trabalhando desde depois de se formarem. Então, também verificamos seus históricos profissionais.
Isso faz parte da pesquisa de mercado porque, uma vez que você tem todas as informações, você pode ter mais confiança sobre o que precisa fazer a seguir. Você precisa investir nisso. Você precisa investir naquilo. Você precisa ter um vendedor aqui. Você precisa ter mais conteúdo baseado nisso. Depois de ter os resultados, você pode agir.
[Vitor Peçanha – Rock Content] Ótimo.
Você então criava um perfil secreto de cada concorrente e pensava, “ei, é contra isso que estamos lutando.” [risos]
[Fernando Angulo – Semrush] O perfil do concorrente e das pessoas que ali trabalhavam. Imagine, queríamos criar uma equipe de rede social dez anos atrás e nenhum de nossos concorrentes estava fazendo algo semelhante. Então, estávamos abrindo esse canal para o resto dos nossos concorrentes, estávamos sendo os inovadores desse mercado. Gastamos esse dinheiro porque, você sabe, quando você está iniciando, quando você está criando um novo canal para um anúncio privado, você precisa investir muito dinheiro primeiro. Então, seu concorrente será o segundo lá. Vai ser mais fácil para eles chegarem a um mercado preparado para algo assim. Portanto, ser o primeiro nem sempre é uma boa ideia, mas em alguns casos, quando você tem a possibilidade, precisa fazê-lo.
[Vitor Peçanha – Rock Content] Entendi. Incrível.
Uma coisa que eu quero lembrar a todos que estão nos assistindo é que nós vamos abrir para perguntas no final. Mas, se você já tiver dúvidas é só colocá-las no chat. Então, vamos começar a coletá-las e talvez uma delas se encaixe no que já temos planejado para compartilhar com vocês e talvez possamos encaixá-lo em nossa conversa.
Ótimo. Certo, então você tem que ter um objetivo. Você tem que fazer sua pesquisa e então começar a criar o conteúdo certo.
[Fernando Angulo – Semrush] Isso.
[Vitor Peçanha – Rock Content] Então, baseado em algo que… Andrew Warden, né? O CMO da Semrush.
[Fernando Angulo – Semrush] Isso.
[Vitor Peçanha – Rock Content] É, ainda não o conheci, mas enfim, ele disse que uma das tendências, segundo ele, uma das tendências para 2022 é ser humano no conteúdo que você cria. Bem, eu não sei como, é um tema meio amplo, eu percebo. Mas eu sei disso porque tudo é sobre conexão humana. Mesmo se você se basear em números.
Mas aqui está uma provocação para você, porque é uma pergunta que me fazem muitas vezes e você, bem, trabalhando na Semrush, provavelmente também entende. Você acabou de mencionar que, depois de fazer a pesquisa, depois de conhecer seu objetivo, você tem que ter uma razão. Você tem que ser especial. Eu sei que Semrush tem muita pesquisa, e fornece muitos dados para criação de muito conteúdo legal.
Mas, às vezes, as pessoas me perguntam: mas o SEO não é uma abordagem de criação de conteúdo baseada em dados? Porque você tem que olhar para o que as pessoas já estão procurando e, então, você tem que responder a essas perguntas. E muita gente me diz: bem, então o SEO não é criativo, não é original. Como você pode ser humano com SEO? Ou especial?
Qual é a sua resposta para isso? Porque, no fim das contas, as pessoas acreditam que, por exemplo, se eu for ranquear “os melhores óculos de sol”, todo mundo vai olhar para o mesmo conjunto de dados e então todo mundo vai ser igual, mas isso não é verdade, certo? Qual é sua percepção sobre isso?
[Fernando Angulo – Semrush] Bom, vou lhe dar um exemplo. Lembro-me que, há três anos, estive numa conferência na Índia. Na verdade, foi um workshop para donos de e-commerce na Índia. E você pode imaginar, a população da Índia é de 1,2 bilhão de pessoas. Então, se você abrir um e-commerce, você vai ter, tipo, 200.000 visitantes no dia seguinte porque tem muita gente. Existem muitos usuários e eles adoram comprar online, então ser original onde você tem tantos concorrentes locais é muito difícil.
Lembro-me de ter começado o workshop com perguntas semelhantes. Então, como podemos ser mais fáceis de usar e também mais humanos para nossos usuários quando temos tantas outras pessoas que querem ser o mesmo? E lembro que fiz essa pergunta a todos eles. Perguntei a eles: OK, pessoal, quantos de vocês, por serem os donos do negócio, estão comprando em suas próprias lojas? Por favor, levante a mão. E, como você pode imaginar: zero. Ninguém estava comprando em suas próprias lojas. Então eles estavam esperando vender para outras pessoas coisas que eles mesmos não estão dispostos a comprar.
Então, eu disse: tudo bem, agora eu posso começar do começo. Existe, bem, eu realmente gosto dessa métrica, desse KPI que está medindo o sofrimento do usuário. Quanto o usuário sofre quando está tentando ir da landing page para o produto que deseja comprar? ‘Experiência do usuário’, eu chamo isso de “sofrimento do usuário”: quantos cliques ele precisa fazer para chegar ao seu produto.
Então, se o dono não está comprando, ele não está passando por esse sofrimento. Bem, uma vez que ele sabe como o usuário está se sentindo, ele vai dizer: OK, não é possível comprar desse site. Não vejo a página de checkout. Não sei se consigo comprar online. Não vejo um número de telefone. Na verdade, nem vejo a descrição deste produto.
Então, todos esses pontos de dor que criam todo o sofrimento são os que você precisa corrigir, melhorar com conteúdo. É por isso que o conteúdo é útil porque você consegue eliminar todo o sofrimento de seus usuários, de seu cliente. Então, essa será a primeira coisa, criar conteúdo que elimine todo o sofrimento dos seus usuários quando estiverem na sua loja, na página do seu blog, quando estiverem em todo o seu domínio.
Esse é o primeiro ponto. Na verdade, conteúdo que você está disposto a consumir também. Se você gosta do conteúdo que está lendo, imagine que seu amigo, o amigo do seu amigo, seus pais, seja lá o que for, eles também vão gostar. Porque é algo que você já gosta e comenta, também pode compartilhar se gostar do conteúdo, estar disposto a compartilhar, recomendar a outras pessoas e, claro, comentar. Você estará criando engajamento.
Então, basicamente, esse é o exemplo: você precisa ser mais humano ao ser um humano. Faça coisas que você gostaria de fazer com outras pessoas com o conteúdo que você está criando.
[Vitor Peçanha – Rock Content] Entendi. Está certo, algo do qual você se orgulha mesmo que seja um banco de dados certo.
[Fernando Angulo – Semrush] Exato.
[Vitor Peçanha – Rock Content] Gosto da sua ideia de medir o sofrimento. Você pode imaginar pontos de dor. Ei, cara, eu tenho uns 10 pontos de dor.
[Fernando Angulo – Semrush] Isso.
[Vitor Peçanha – Rock Content] É muito sofrimento para uma experiência só.
[Fernando Angulo – Semrush] Isso. Imagine, eu lembro que estava com um amigo de Amsterdã. Na verdade, foi Arnold, Arnold Helmut. Estávamos indo para o hotel, um hotel comercial e lembro que estávamos tentando comprar combustível em um posto de gasolina. Basicamente, você está em Amsterdã, certo? Você está na Holanda e a questão é: queríamos pagar com nosso dispositivo móvel. Entramos no site do posto de gasolina, mas ele não funcionava bem em dispositivos móveis.
Como você pode imaginar, não conseguimos, então não conseguimos pagar pelo combustível. Então, precisamos ir a um caixa eletrônico, pegar o dinheiro, voltar e pagar em dinheiro. Eles tinham um site, mas ele realmente não funcionava pelo celular. Não conseguíamos aumentar a tela, para clicar no botão foi um sacrifício.
Então, foi muita dor para fazer apenas uma atividade fácil, uma tarefa comum como pagar pela gasolina. Então, esses foram nossos momentos de sofrimento com conteúdo, certo?
[Vitor Peçanha – Rock Content] Sim, e eu diria que mesmo antes de você decidir se envolver na atividade, quando as pessoas ainda estão descobrindo o que precisam, essa é a graça da jornada, elas têm algum tipo de dor. Não interagindo com você, mas elas têm seus pontos de dor. O que elas querem aprender. O que elas querem resolver, etc.
E então, esse caso nos diz que o SEO não é toda a experiência, mas você também teve que ir ao caixa eletrônico e pegar dinheiro em papel, certo, como nos velhos tempos. Como você costumava fazer na Roma Antiga.
Impressionante. Isso é ótimo, cara.
Eu acho que é uma ótima abordagem. Basicamente, resolva os pontos de dor. O conteúdo é a melhor maneira de fazer isso. Eu gosto da sua abordagem e também da experiência do usuário, é claro. E então você está anos à frente de todos que não fazem isso.
Incrível, cara.
E já que estamos falando sobre SEO, uma pergunta sobre o passado, algumas perguntas sobre o futuro.
Você está na Semrush há quanto tempo, nove anos agora?
[Fernando Angulo – Semrush] Sim, serão 10 este ano.
[Vitor Peçanha – Rock Content] Serão 10 este ano.
Certo, então o que não mudou em SEO nos últimos 10 anos? O que permaneceu o mesmo?
[Fernando Angulo – Semrush] Basicamente, backlinks. Eles ainda são importantes. Sim, eles ainda estão lá. Eles ainda são importantes, é claro. Acredito que o conteúdo sem backlinks ainda pode ser promovido e executado. Você não precisa ter backlinks em todos os lugares, mas eles ainda são importantes, mais para clientes corporativos. E uma das outras coisas que não mudou: SEO como processo ainda é o mesmo. Nos últimos 10 anos, você tem todas as técnicas. Você tem o título de SEO. Você tem as palavras-chave. Você tem o H1 e a estrutura do conteúdo que precisa construir. É basicamente o mesmo. Eu diria que é muito humano porque não mudou.
É como música clássica. Você ainda gosta. As pessoas vão continuar ouvindo esse tipo de música nos próximos, cinquenta, cem anos, da mesma forma que estamos a ouvindo nos últimos, sei lá, 300 anos ou mais.
Tem alguns pontos chave com a tecnologia, que avançou muito, e que se mistura com a proteção de dados também que está mudando muito. Em termos de conteúdo, basicamente temos toneladas, toneladas e massas de conteúdo que podem ser criadas agora por meio de inteligência artificial. Na maioria dos casos, as pessoas não conseguem reconhecer algo criado por uma pessoa ou por um robô. Na verdade, estamos consumindo muito conteúdo criado por inteligência artificial. E não nos importamos se é criado por inteligência artificial ou não, estamos apenas consumindo porque é apresentado de uma maneira boa.
Mas em SEO, o núcleo de SEO, todo o processo ainda está lá, não está mudando. Apenas a tecnologia e algumas das implementações em termos de proteção de dados e, claro, na Europa, o GDPR também mudou muito a forma como as pessoas estão escrevendo e compartilhando dados, apenas um exemplo.
[Vitor Peçanha – Rock Content] Certo. Então você mencionou IA e outras coisas que estão mudando, novas tecnologias. Então, sobre o futuro, qual é a coisa mais importante se você é um profissional de SEO ou um profissional de marketing que está envolvido com SEO? Qual é a coisa mais importante que você deve fazer para se preparar para o futuro? O que está vindo agora?
[Fernando Angulo – Semrush] Bem, basicamente, agora que temos, desde os últimos dois anos, mais pessoas dispostas a comprar online, mais pessoas estão online, com educação online, temos basicamente mais pessoas capazes de consumir conteúdo. Você precisa ter, é claro, um site com seus produtos. Se você é uma empresa, não tem condição de ficar apenas offline. Claro, você pode fazer isso, mas o mundo inteiro vai mudar tão rápido neste ponto que você estará a apenas alguns anos do ponto em que estamos agora.
Neste assunto, deixe-me dar alguns exemplos sobre o que acontecerá nos próximos anos. Basicamente, o conteúdo que as empresas criarão aumentará, mas cada vez mais com orçamentos de marketing nesse sentido, veremos isso. A maioria das empresas vai contratar profissionais de marketing de conteúdo ou alocar orçamentos para agências de conteúdo que estão fazendo um bom trabalho.
Como vocês estão fazendo, é claro. E, claro, os gastos com Marketing de Conteúdo só vão aumentar. Neste momento, o passo importante que você precisa seguir hoje é ter um plano documentado sobre o que deseja fazer nos próximos três meses, nos próximos seis meses ou, talvez, se puder, pensar no que você quer fazer no próximo ano. Por que isso? Porque esse é basicamente o plano que você precisa seguir se quiser progredir com o Marketing de Conteúdo. Você precisa ter um calendário de conteúdo. Então, é por isso que você deve planejar os próximos três meses, os próximos seis meses e o próximo ano.
Em alguns casos, vi empresas que estão construindo seu calendário de conteúdo para os próximos cinco anos. Eu acredito que é um pouco demais, mas ainda assim, você precisa ter esse plano hoje. Se você não tem nenhum plano, não tem problema. Pense em alocar seu orçamento. Basicamente uma das regras de ouro do Marketing de Conteúdo que eu tenho e que usamos em dezembro foi alocar o tempo e o orçamento para a sua produção de conteúdo dessa forma.
Esta é a regra de ouro: 80% do seu tempo deve ser gasto promovendo conteúdo e 20% do seu tempo e dinheiro deve ser usado para criar esse conteúdo. Basicamente, você tem o plano, o calendário de conteúdo e todas as regras. Pense nisso nos próximos anos. Basicamente, se você está criando conteúdo pelo qual está esperando, apenas esperando ser classificado no Google, saiba que talvez isso não aconteça. É por isso que oitenta por cento do tempo é publicidade. Promoção desse conteúdo; tornar esse conteúdo útil para os outros.
[Vitor Peçanha – Rock Content] Incrível. Certo, ótimo.
E você mencionou publicidade. Então, eu vou mudar de assunto para um tópico que eu realmente gosto agora, que é privacidade. E eu vou pegar o gancho de publicidade e você provavelmente está sabendo. Há muitas mudanças acontecendo, certo? O iOS 14 bloqueando os dados de compartilhamento de ID entre aplicativos, o GDPR, o fim dos cookies de terceiros que continuam adiando, mas acontecerá em algum momento.
O mais recente — e esse foi muito impactante — é: o Google anunciou que vai encerrar o Universal Analytics. Acho que muitas pessoas ficaram realmente preocupadas com isso por causa do acesso aos dados. Então, a privacidade se tornou um assunto sério, certo? Está afetando a publicidade, está afetando muitas práticas que não são legais, como listas de compras, etc.
Então, com base nisso, quais você acredita que serão as maiores mudanças quando se trata de Marketing neste mundo orientado para a privacidade? E como podemos agir hoje para estarmos prontos para isso?
[Fernando Angulo – Semrush] Muito bom.
Na verdade, sobre os cookies de terceiros, as alterações que serão feitas são, na verdade, para os anunciantes. Vai ser difícil atingir grandes grupos de pessoas. Vai ser difícil ver para outros públicos, mas estamos voltando a 2005. Estamos voltando ao passado quando precisávamos criar nossa buyer persona do zero e precisamos focar mais em nossos melhores produtos e nossos melhores serviços e reconstruir em torno disso.
A questão aqui é que, basicamente, nada de ruim vai acontecer para o usuário. Para os profissionais de marketing, haverá muito trabalho. Eles vão precisar usar mais técnicas e táticas e, na verdade, apenas fazer o marketing da forma certa. Porque você não pode segmentar um grande grupo de pessoas no Facebook, quando você pega uma palavra-chave, e pensa: quero este local.
Você não pode mais fazer isso no Google. Mas quando você está criando conteúdo, você vai pensar mais nas necessidades, nas soluções, nesses outros aspectos. Para esta situação, que vai acontecer agora, com toda a privacidade dos dados, temos que realmente entender onde o usuário está.
Qual é o caminho do usuário? Mesmo com dados anônimos, você precisa estudar muito. Quem é seu usuário? Vamos voltar para aquele momento em que você perguntava ao seu usuário, ao cliente que vinha ao seu escritório: qual é a coisa que você mais gosta no meu negócio? Por que você nos escolheu? Por que você nos recomenda? Você estaria disposto a nos recomendar?
Portanto, essas perguntas que a maioria das empresas está evitando fazer porque têm dados para respondê-las. Então, nada de ruim vai acontecer para os usuários. Para nós, profissionais de marketing, teremos muito trabalho para alcançar mais pessoas.
Lembro-me de que, em algum momento do Semrush, me pediram para encontrar 5.000 novos usuários. E lembro que perguntei: certo, qual é o prazo? Amanhã. Então, um dia para encontrar 5.000 novos usuários, certo? OK, com publicidade, você pode fazer isso, mas a qualidade dos usuários, o conhecimento que os usuários têm sobre o seu produto, tudo isso é perdido.
Com essa situação do GDPR, você tem que estar disposto, como profissional de marketing, a entender melhor seus usuários. Na verdade, você precisa conhecê-los. Em alguns casos, lembro-me em uma conferência na Espanha, eles nos diziam que, nos próximos anos, você precisa estar disposto a ir a um bar com seus usuários ou clientes. Você precisa saber qual é o nome deles, dos seus bichinhos de estimação ou de seus cachorros. Então, essa é a abordagem que você precisa ter e isso está realmente apoiando o primeiro tópico sobre o qual estávamos falando.
Como você pode ser mais humano, certo? Só temos permissão para saber alguma coisa sobre o usuário, não tudo, como é agora. No momento, a quantidade de informações que empresas como o Google têm sobre um usuário é demais. É muito para os comerciantes. Mais uma vez, vai dar muito trabalho.
[Vitor Peçanha – Rock Content] Incrível.
Então, na sua opinião pessoal, você acha que isso é algo positivo ou ruim?
[Fernando Angulo – Semrush] Bem, como profissional de marketing, claro, é algo que eu adoraria não ter que fazer ou ter que lidar. Mas, como pessoa, lembro que quando minha esposa estava grávida, recebemos muitos anúncios sobre fraldas para crianças. E nós nem estávamos procurando por isso. Então, pensávamos: meu Deus, o que está acontecendo? Como o Google ou o Facebook percebem e sabem tanto sobre mim a ponto de me oferecerem coisas que eu nem procurei?
Mas, claro, buscamos atendimento clínico. Procuramos coisas semelhantes, mas fomos apenas segmentados como clientes em potencial porque eles sabiam. Eles tinham todas as informações sobre isso. A etapa seguinte foi: tudo bem, meu bebê nasceu, e eu não precisava mais de fraldas. Mas a questão é: eu ainda estava recebendo isso mesmo quando não estava procurando por isso. Então, eles não tinham uma informação tão precisa sobre mim. Eu estava fazendo pesquisas sobre outras coisas.
Para o usuário, as coisas não vão mudar. Para os profissionais de marketing, sim.
[Vitor Peçanha – Rock Content] Você sabe que é engraçado, você deu o exemplo da sua esposa grávida porque sabe que um dos primeiros casos famosos de publicidade direcionada foi por causa de uma gravidez na Target.
Uma adolescente começou a receber cupons para coisas de bebê. Então, o pai ficou muito furioso, dizendo: você acha que minha filhinha adolescente está grávida?
[Fernando Angulo – Semrush] Minha nossa!
[Vitor Peçanha – Rock Content] Segundo a matéria, acho que isso foi em 2014, 2013, ele foi na loja e disse: isso é um absurdo. Por que vocês estão enviando isso? Para minha princesinha? Aí, ele voltou no dia seguinte e disse: pois é, gente, vocês estavam certos. Nossa, havia algumas coisas acontecendo na minha casa que eu não sabia.
Isso foi um caso muito famoso de, eu diria, oito anos atrás.
[Fernando Angulo – Semrush] É.
[Vitor Peçanha – Rock Content] É.
No final, isso será positivo porque é bom para os usuários finais. Nos últimos 10-15 anos, tivemos muitas pessoas que entraram no Marketing, mas sem entender os princípios fundamentais do Marketing, certo? Era mais como: eu sei operar uma ferramenta que é o Facebook Ads e me tornei muito bom nisso. Então, eu sou muito bom em colocar um dólar e receber três dólares.
Mas, isso não é Marketing real, certo? Isso é hypertargeting. Mas acho que coisas antigas estão voltando. Acho que branding, backlinking, sendo extremamente relevante novamente, principalmente com buscas sem cliques no Google.
Então, tipo, se você gosta de Marketing de Conteúdo, isso é ótimo porque é isso que eu faço, certo? E claro, para SEO também é ótimo porque você está atraindo pessoas, não está confiando em redes de anúncios. Você está atraindo pessoas com bom conteúdo.
Ótimo tópico. E agora uma coisa que é uma supertendência agora nos EUA e na Europa, mas no Brasil nem tanto. Mas eu adoraria ouvir de você, é sobre relações públicas digitais.
Então o que você pode nos explicar, o que é digital PR? Você trabalha com isso?
[Fernando Angulo – Semrush] Claro, temos uma grande equipe de digital RP. Basicamente, temos uma equipe que está trabalhando com dados. Eles criam nosso reconhecimento de marca com base em dados e fazem coisas de relações públicas. Eles lançam material, mas os dados que estão mostrando são fornecidos por nossas ferramentas.
Nesse caso, temos uma abordagem de dados em primeiro lugar quando estamos criando uma história, digamos. Por exemplo, este ano, estamos trabalhando com a La Liga, da Espanha, de futebol. Eles estão usando nossos dados para combater a pirataria digital.
Quando as pessoas estão tentando assistir a uma partida por um link pirata, eles estão usando nossos dados para identificar as fontes mais populares de diferentes partes do mundo. Na verdade, em um único ano, eles conseguiram combater um milhão de sites piratas apenas com os dados. Isso é algo que você poderia fazer com uma agência de relações públicas, mas temos uma equipe de relações públicas. Podemos promover esta notícia para ordenar recursos por meio do ensino.
Podemos criar mais conteúdo interagindo com outros meios de comunicação por aí. Isso está gerando para nós muitos backlinks realmente ótimos. Sim, essa foi o primeiro motivo lá no início. Depois disso, entendemos que, claro, para manter a atenção, para chamar a atenção dos tomadores de decisão das corporações, das grandes empresas, das grandes marcas, não podemos contar apenas com o Google. Precisamos ir a agências de relações públicas. Precisamos ir para a mídia.
Precisamos ter algo, digamos, na Forbes. Precisamos ter algo no Wall Street Journal ou precisamos ter algo em uma determinada mídia. Então, com o digital PR, o que estávamos fazendo é basicamente relações públicas de forma comum, lançando dois canais, mas com a ajuda do antigo alcance e grupos.
Há dois anos, adquirimos uma empresa chamada Prowly. É um recursos como um kit de relações públicas que está ajudando jornalistas profissionais de relações públicas e também profissionais de marketing de conteúdo a criar o espaço e é como um banco de dados de CRM para agências de relações públicas.
Assim, você pode se conectar a todos, pode lançar sua ideia não apenas para um único meio de comunicação de relações públicas, mas para 100 a 200, e você tem a possibilidade de fazer isso. Então, basicamente, você vai se promover no mundo graças aos dados e online.
[Vitor Peçanha – Rock Content] Entendi.
E acho que uma das maiores mudanças em relação ao PR tradicional é promover um bom conteúdo, certo? Não é só sobre você, eu acho. Como você disse, você estava criando conteúdo sobre pirataria relacionado à La Liga.
Certo e então isso até ajudou a derrubar alguns sites. Isso é legal. Ótimo.
OK pessoal, para todos que estão ouvindo já temos algumas perguntas aqui. Vamos começar a receber perguntas em alguns minutos, então, por favor, comece a enviá-las agora. Antes disso eu quero fazer uma rodada de opiniões honestas, Fernando, sobre algumas coisas.
Qual é a sua opinião honesta, tópico número um, sobre o Clubhouse?
[Fernando Angulo – Semrush] Ai, meu Deus.
Eu cheguei nele tarde demais. Lembro-me de ano passado ou dois anos atrás, eu estava perguntando na minha página do Facebook: por favor, posso receber um convite para o Clubhouse? E a tendência já estava baixa. Entrei lá e, meu Deus, encontrei algumas pessoas. Bem, na verdade, eu cheguei tarde demais. Ele foi um hype, eu acredito que foi um projeto muito interessante que gerou muito hype. Na minha opinião pessoal, não sou usuário da Apple. Eu sou mais um usuário Android.
Eu gosto de mudar as coisas. Eu gosto de trabalhar com isso. Então, é por isso que cheguei tarde demais porque o aplicativo foi lançado primeiro apenas em dispositivos Apple e para um número limitado de pessoas. Bem, limitado, milhões e milhões, eu sei. Mas ainda assim algumas das pessoas ficaram de fora. Foi um hype, a expectativa de, acredito, do público, era ter isso por muitos anos.
Porque as pessoas estavam investindo muito dinheiro, mesmo em seu IPO (initial public offering). Não sei se o Clubhouse fez IPO, ou se foi adquirido por alguém. Qual foi a empresa que o adquiriu? Não sei se era a Apple. Eu não acho que foi a Apple ou algo assim.
[Vitor Peçanha – Rock Content] Não, não sei. Eles arrecadaram muito dinheiro.
[Fernando Angulo – Semrush] Eles levantaram muito dinheiro, bem, foi muito hype, muita atenção para isso. Mas eu, como usuário do Android, fiquei muito chateado: fiquei de fora. Por quê? Porque eu tenho um Samsung Galaxy.
Desculpe, mas não vou usar isso se não tiver permissão para ir lá. No final das contas, eles lançaram no Android, mas o aplicativo já estava fora do ar.
[Vitor Peçanha – Rock Content] É, foi o Twitter que… eles não adquiriram o Clubhouse. Eles estavam em negociações para adquirir o Clubhouse, eu acho.
[Fernando Angulo – Semrush] Ah, sim.
[Vitor Peçanha – Rock Content] Quatro bilhões de dólares.
[Fernando Angulo – Semrush] Isso.
[Vitor Peçanha – Rock Content] Mas, no final, o Twitter acabou lançando sua própria versão do Clubhouse.
[Fernando Angulo – Semrush] Oh, meu Deus, sim. E está dando certo, não é?
[Vitor Peçanha – Rock Content] E está dando certo, sim.
[Fernando Angulo – Semrush] É.
[Vitor Peçanha – Rock Content] A galera do SEO adora isso. Eu acho que, como eu disse, foi um grande hype.
OK, essa foi o Clubhouse.
TikTok.
[Fernando Angulo – Semrush] Ah, acredito que é o futuro não só do engajamento, mas também dos profissionais da música, dos bancos e dos grupos. Se eu quiser saber sobre algo novo e não for popular no TikTok, meu Deus.
Eu digo, qual é o problema dele: não é popular para notícias, para informação. Basicamente, se eu verificar meus dados agora, o tempo que passo no YouTube em relação ao ano passado, agora é no TikTok, a mesma quantidade de tempo.
Portanto, é muita atenção que está por aí e é um bom lugar para ter anúncios. Mas lá, você precisa ser realmente especial. Você precisa fazer coisas realmente boas porque as pessoas têm apenas duas opções. Ou elas vão te odiar ou vão te amar. E você precisa criar coisas que as pessoas vão adorar, para sua própria marca.
[Vitor Peçanha – Rock Content] O Semrush está no TikTok?
[Fernando Angulo – Semrush] Ah, sim, nos últimos três meses. E as coisas que estamos fazendo lá são realmente incríveis.
[Vitor Peçanha – Rock Content] Não verifiquei. Eu vou verificar isso.
OK. Impressionante.
Eu também acredito que é o futuro e eu tenho estudado isso. Ainda não fazemos, mas é interessante.
[Fernando Angulo – Semrush] Bem, você vê vídeos curtos no TikTok, certo? Então você vê os Reels no Instagram. Você vê os vídeos curtos no YouTube. Então todo mundo está copiando, mas não é a mesma coisa no final do dia.
[Vitor Peçanha – Rock Content] Pois é, bem, o Instagram vem copiando muita gente recentemente. [risos]
OK, terceira opinião.
NFTs.
[Fernando Angulo – Semrush] Ah, sim. É algo enorme. Na verdade, gosto muito de criptomoedas e NFTs. Acredito que seja um divisor de águas. No momento, as utilidades que eles têm são limitadas porque o mercado ainda é novo.
Sabemos que alguns caras estavam vendendo e comprando NFTs por milhões de milhões de dólares, por 500 Ethereum ou mais. E eles ainda estão lá, mas o preço caiu um pouco porque eles não têm muita utilidade agora.
Uma vez que temos, não sei, um NFT como passaporte ou NFT como, não sei, como alguns cinemas nos EUA que têm seus NFTs. Eu acredito que a AMC, eles têm seus ingressos NFT para O Batman agora. Oh, meu Deus, eu quero ter um desses. Não só por ir assistir o Batman, né, mas porque o NFT é uma coisa tão legal.
Para um show, por exemplo, tem esse cara chamado Bad Bunny. Para o show do Bad Bunny, existem ingressos em NFT para o show em Miami. Então isso é brilhante. Esse é o uso que eles estão dando.
Imagine, não sei, para o próximo, ou para este ano, a Copa do Mundo no Catar, eles podem ter um ingresso em NFT que você pode preservar, pois não sei quantos, por muitos anos, por uma eternidade.
Porque eles vão durar por muito tempo. Isso é algo muito grande. O potencial ainda não está sendo totalmente aproveitado, mas tem muito potencial aí se você está no mundo digital, no Marketing Digital, ainda mais, se você está no cripto, precisa ter o seu NFT.
[Vitor Peçanha – Rock Content] Incrível. OK, e o último e você pode até já adivinhar. Sua opinião sobre o metaverso.
[Fernando Angulo – Semrush] Ah, sim, bem, quando essa coisa começou, eu não fui um dos primeiros a testar, mas estava investigando. Eu fiz um teste e queria comprar um imóvel digital lá. Eles estão apenas caros agora. Eles são simplesmente caros, mas, em algum momento, acredito que isso é algo que, não sei, se tornará mais popular em mais e mais projetos se você tiver, não sei, sua marca online. Como acredito que o McDonald’s já fez. Eu vi uma saída da Tesla lá para aplicativos.
Você precisa estar no metaverso, assim como uma marca. É uma boa oportunidade para publicidade, claro. Está meio caro agora. Eu acredito que eles vão aumentar a quantidade de, não sei, campos. Eu não sei como eles chamam esse espaço ou tamanho do metaverso. É muito grande agora, mas ainda há muitas empresas, pessoas que estão apenas comprando propriedades lucrativas por aí.
[Vitor Peçanha – Rock Content] Ótimo, OK, então esses eram os quatro tópicos sobre os quais eu queria saber sua opinião. Então vamos continuar.
Temos algumas perguntas aqui. Acho que temos algum tempo para responder a algumas delas.
Da Vanessa, ela fala sobre interatividade e hiperpersonalização, certo? E ela está perguntando como esses dois tópicos podem ajudar a envolver e reter a atenção do usuário, além de melhorar as taxas de conversão? Então, qual é a sua opinião sobre personalização interativa, etc.?
[Fernando Angulo – Semrush] Bem, a hiper-personalização é uma coisa boa quando você está trabalhando com um funil. Você precisa ter seu funil e precisa criar conteúdo especificamente para cada etapa do funil.
Quando você está no topo do funil, precisa atrair pessoas. Quanto mais atração você criar, melhor. Eu acredito que sempre. Mas você precisa criar essa atração com, eu vou dizer isso, você precisa ser muito respeitoso com as pessoas porque existem muitos hoje em dia, os caça-cliques.
Existem muitos tópicos não muito responsáveis que as pessoas gostam de criar quando estão atraindo as outras. Se você quer atrair pessoas você precisa seguir regras muito simples: primeiro, você precisa entender qual é a pergunta que as pessoas estão usando para encontrar seus temas. Como eles estão questionando o Google.
Em algum momento, você precisa perceber que o Google está sempre respondendo às perguntas das pessoas. Lembro que John Mueller disse no Brighton SEO em 2018 que o Google passou de um mecanismo de pesquisa para ser um mecanismo de resposta. Então, eles estão basicamente dando a você a resposta para tudo.
Topo do funil: preencha essa etapa com muitas perguntas que você receberá. Além disso, aproveite os recursos exclusivos do Google que são chamados de recursos SERP. O meu favorito é, claro, recurso snippet, e então você terá a resposta para as pessoas. As pessoas também perguntam se você tem imagens sobre sua resposta. Perfeito. Você também estará no carrossel de imagens. Você tem que melhorar muito para responder às perguntas das pessoas.
Depois disso, a próxima coisa que você precisa fazer é ter a atenção das pessoas. A segunda etapa é mantê-los informados sobre o que você está fazendo, sobre quais são as soluções que você tem. Portanto, as informações sobre o conteúdo aqui são realmente informações necessárias e basicamente tutoriais de como fazer algo. Como usar, não sei, o serviço que você tem. Como usar o produto que você tem, guias, tutoriais, todos esses tipos de materiais são ótimos para deixar as pessoas mais informadas.
E, por último, faça uma oferta ou dê a eles algo de graça, o que é basicamente uma ótima estratégia também. Como você pode fazer isso com dados? Faça a pesquisa de mercado. Entenda onde os usuários estão. Quantos usuários você tem depende do conteúdo do seu concorrente também. Adicione os serviços de produtos do seu concorrente e você verá os números.
Vejo que, por exemplo, uma empresa X, os clientes estão lendo o conteúdo desses concorrentes, mas estão adquirindo mais produtos de outro. Algo está acontecendo no mercado. Esses criaram um conteúdo realmente brilhante para atração. Mas os que estão conquistando o último ponto de venda são os outros. Você precisa entrar, analisar esses sites, dar uma olhada. Qual é o conteúdo?
Qual é a posição desse conteúdo e depois vá para suas URLs para suas páginas e veja, bem, as pessoas estão adquirindo quais produtos dessa outra empresa? E depois disso (que faz parte da pesquisa de mercado) para onde elas vão, depois de mudar de um site para outro. Elas vão do carrinho para finalizar o pagamento. Elas vão, não sei, para outros concorrentes, você precisa entender para onde elas estão indo. É por isso que você precisa usar dados. Esse é o uso real de dados, entender para onde seus usuários estão indo depois que eles fecham sua página na web.
[Vitor Peçanha – Rock Content] Certo.
Então, acho que o que você disse se conecta com outra pergunta, então talvez você já tenha respondido. Essa é do Raphael.
Na sua opinião, o que é mais importante quando falamos de relevância e precisão do início ao fim do funil? Está relacionado com o que você acabou de dizer, certo?
[Fernando Angulo – Semrush] Sim. Sim, basicamente. Bem, o que é o mais importante. Quando você tem um funil, um funil real, você verá a taxa de conversão real. Não sei o valor esses dias, mas lembro como era em 2018 antes da pandemia. Era como 3%, 2,5% da taxa de conversão do funil, o que é muito baixo.
Acredito que agora deve ser maior para a maioria dos países. Quero dizer, na Europa, por exemplo. Estou em Praga, na República Tcheca. Vimos que a taxa de conversão ficou em torno de 1,5. Isso significa que de 100 pessoas, apenas uma e meia vai comprar de você. O que é realmente baixo, mas você precisa apenas pegar números mais altos. Você não precisa de 100 usuários, você precisa de 10.000 usuários e sua taxa de conversão vai crescer. Este é um número que você precisa manter em sua mente. Qual é a taxa de conversão agora para empresas como a sua?
Por exemplo, você é, eu não sei, um restaurante, você é uma empresa de energia, você é um banco, qual é a taxa comercial para empresas como você? É por isso que a pesquisa de mercado é tão singular, porque você pode ter esses números. Você está no padrão dessa métrica? Você está acima dessa métrica? As coisas estão funcionando melhor para você? Se as coisas estão funcionando melhor para você, você pode pensar em expansão ou internacionalização.
Se as coisas não estão funcionando para você, você precisa ter algo otimizado. Você precisa trabalhar com os outros, com outros canais. Então, nesse caso, a informação mais precisa que você tem do seu próprio negócio em comparação com os outros será apenas alinhar os dados para seus próximos passos no mercado.
[Vitor Peçanha – Rock Content] OK. Excelente.
Então, uma última pergunta, a da Marina.
Quando falamos de formatos e tamanhos de conteúdo, quais são as melhores práticas e tendências para 2022? Tendências para 2022?
[Fernando Angulo – Semrush] Essa é uma boa pergunta. Na verdade, esse é um dos pontos no relatório de dados que divulgamos, o “A situação do Marketing de Conteúdo”. Basicamente para 2022, o principal formato de conteúdo é o vídeo e, como mencionamos nas quatro perguntas, o TikTok é uma ótima plataforma.
É vídeo, é muito fácil de usar, para consumir como usuário. Mas, novamente, as pessoas ainda estão lendo um monte de coisas. Elas usam um status informativo no Google quando estão pesquisando algo. Então elas querem ser informadas.
É por isso que o Google criou esses snippets em destaque que são basicamente parágrafos, listas e tabelas. Então, se você tem conteúdo e está criando qualquer conteúdo, é uma boa ideia criar pequenos parágrafos que vão caber na tela de um dispositivo móvel.
Ninguém gosta de ler blocos de conteúdo, apenas conteúdo simples, palavras simples, então crie parágrafos com no máximo 32 ou 33 palavras. Esse é o número que tiramos da pesquisa que fizemos: 32, 33 palavras são suficientes. Em seguida, você precisa ter uma lista do seu conteúdo, numerá-la e uma lista apenas com marcadores. Por exemplo, tenha pelo menos uma lista em sua página inicial.
Quando você pergunta ao Google; você pode testar isso hoje também. Quando você pergunta ao Google sobre, digamos, qual é o preço do combustível agora em Portugal, no Brasil, ou na Espanha, em qualquer país. Você vai receber uma lista ou uma tabela de conteúdo sobre essa informação. Qual é o clima, digamos, nas Bahamas? Você vai receber um snippet, um resumo com a previsão do tempo. Qual é a distância entre, digamos, Madrid e Paris? Você vai receber um mapa. Esses são trechos que o Google está criando para facilitar a vida do usuário final. Essa é a maneira que você precisa para criar conteúdo. Conteúdo fácil que será fácil de consumir para o usuário final.
Qual é a sua reação?